Texto em apoio ao Instituo Alana e Projeto Criança e Consumo em resposta à posição do CONAR sobre o caso McDonalds e o filme Rio. Para ler mais sobre a blogagem coletiva no Projeto Criança e Consumo clique aqui.
Acho que podemos iniciar essa conversa tentando responder a essa questão, pois entendendo ética como a busca de uma vida boa, não é possível dissociar a vida boa de uma boa alimentação.
Sabemos que a influencia da cultura, e aqui entendendo cultura como o conjunto de valores e hábitos de um povo, constitui nossa formação psíquica. Atualmente, a mídia é uma grande influenciadora de normas e valores, os modelos oferecidos atingem principalmente as crianças que ainda em desenvolvimento não apresentam defesas para questionar as coloridas e brilhantes propagandas que lhes são oferecidas.
Sabemos também que a família é a principal responsável na formação e constituição de seus filhos, mas porque não aprender com culturas consideradas "mais primitivas" que valorizam a tradição e a coletividade no ato de educar? Assim, poderíamos ser mais coerente com o que diz o Estatuto da Criança e do Adolescente que coloca todos os jovens e crianças sob a responsabilidade de todos.
Realmente, em uma sociedade voltada para o consumo e o individualismo pensar essa possibilidade pode ser considerado utopia, contudo, em espaços coletivos de educação de crianças, tais como: creches e pré-escolas discussões e ações a respeito desse tema tornam-se essenciais.
A Creche Ladybug, na busca da valorização da infância vem oferecendo as crianças tempo de vida com saúde e alegria. Ao tecer o cotidiano sempre recomendando e garantindo bom alimento, espaço e liberdade para as crianças brincarem juntas criando e se divertindo, sem estarem impactadas passivamente na frente de uma tela dizendo a elas o que devem vestir, comer e com o que brincar. Junto com os pais o debate sobre consumo é tema recorrente nos encontros e palestras.
Finalmente, termino esse pequeno texto tentando responder a pergunta inicial e clamando por uma sociedade mais justa em que os adultos consigam apresentar modelos de virtudes como generosidade, ensinando as crianças como superar o egoísmo. O primeiro passo é participar e instigar discussões como essa que demonstram a importância de pensar pequenos detalhes que atingem diretamente a vida das crianças no presente e podem interferir e comprometer aspectos de seu futuro. Essa responsabilidade é de todos!
Por Adelaide Rezende de Souza
Psicóloga na Creche Escola Ladybug